Historias da Rede

CARNAVAL 2001 EM PERUÍBE - Guaraú
Por Fabio Barros

Após a última reunião em minha casa tudo ficara acertado: horário e local de saída, quem iria em cada carro e qual o caminho a ser percorrido. Como era de se esperar o Silvio foi o primeiro a chegar e com o relógio em punho dizia: “às 9 horas eu pego a estrada e tal e tudo”. Poucos minutos depois das nove lá ia o “carro–madrinha” com o Silvio, sua família e o Neto rumo a Peruíbe.
Aos poucos todos foram chegando e às 10 da noite os seis carros restantes pegam a estrada no encalço do carro–madrinha. Desta vez a 1ª parada foi em Itapecerica (que novidade) para abastecer o carro do Wilson e trocar o pneu do carro do Sidney.
De volta a estrada tudo seguiu normalmente e pela primeira vez o comboio funcionava de forma sincronizada, com os 7 veículos andando juntos. Não pensem vocês que o 7º veículo fosse o Silvio, pois na realidade eram um “amiguinho” caminhoneiro do Jorge e que ficava logo atrás do quinto carro, deixando a laterninha do comboio para Jorge segurar.
A grande curiosidade desta viagem era como seria a convivência de 32 pessoas que até então nunca teriam passado 4 dias sob o mesmo teto. No ritmo de “No Limite” todos faziam suas apostas para ver quem iria para o “Portal”. O motivo para isto era um só: tirar todos do sério.
Após 3 horas de estrada é chegada a hora de pegar o desvio para Peruíbe e, não se sabe por quê, o primeiro carro, dirigido por Luciano, após o aparecimento das primeiras placas indicando a saída para Peruíbe, ainda continuava a trafegar pela esquerda. Ao perceber o desvio, Luciano com sua experiência de “perueiro”, não pensou 2 vezes, pediu para o Russo colocar o bracinho para fora e num movimento rápido entrou no desvio, para o desespero do resto do comboio. (Todos foram para direita menos o “amiguinho” do Jorge e, conseqüentemente, Wilson que estava ao lado do caminhão, o que nos possibilitou ver a seguinte frase em seu pára-choque “CLUBE IRMÃO CAMINHONEIRO. ASSOCIE-SE JÁ. FONE ...”). Neste momento percebemos o real interesse de nosso Presidente.
Após um pequeno atraso, nós encontramos parte da comitiva nos esperando e em poucos minutos havíamos chegado ao nosso destino.
Com todos devidamente acomodados (ufa! Sobrou espaço), era só aproveitar as delícias do 1º carnaval do milênio e não fizemos feio. Na madrugada de sábado descobrimos um bar com videokê e para alegria de todos o Ivo e o Zé, nossos puxadores de samba, levantaram o ânimo dos foliões com a música “Festejar” de Beth Carvalho. Na manhã seguinte foi à vez de Jorge dar o seu show particular, chamando a atenção de todos os veranistas da região, ao não conseguir descer de uma pedra de aproximadamente 3 metros de altura.
Ao cair da noite, Silvio encontrou a mais aconchegante pizzaria de Guaraú: a Pizzaria do Gringo. Com móveis rústicos, quadros e belíssimas pinturas na parede, o local era um ótimo cenário para o show musical que o gringo – um simpático argentino (acho que tem algo estranho aqui) – e seus filhos realizaram cantando antigos sucessos latinos, tendo como ápice a música “Roberta”, um sucesso dos anos 70, a pedido de Ivo que ofereceu a música para Ana, deixando-a vermelha e sem palavras (isto é incrível).

A noite não poderia terminar sem uma rápida passagem pelo videokê onde fizemos o povo pular ao som de “banho de cheiro”, sucesso de Elba Ramalho, na voz de Ivani.
Na manhã de domingo partimos cedo para Cachoeira do Paraíso e em seguida fomos conhecer a Barra do Una. E não é que nesse meio tempo encontramos o Wilson e a Eliana?!? Que mundo pequeno. Ao voltarmos para casa todos azuis de fome - exceto eu que após ter “golfado” ainda passava mal e já estava incolor – colocamos a carne na brasa e comemos um belo churrasco ao som do “trio elétrico” do Sidney.
A água limpa, calma e a natureza, faziam com que nós e principalmente as crianças – graças ao barco inflável do Silvio – ficássemos boa parte do tempo em Guaraú. Foi por isso que só na segunda-feira à tarde é que nos dividimos em 2 turmas e fomos para Itanhaém e Peruíbe para pegarmos um pouco de trânsito. Paulistano adora isto!!!
A terça-feira chegou e com ela a melancolia da partida: malas, colocar a casa em ordem, procurar as crianças na praia. Nesta altura já havíamos perdido a esperança de escolhermos o Berel que simbolicamente iria para o Portal e, após o almoço às 16h20min partíamos para São Paulo. A esta altura, Sílvio e sua comitiva já estava assistindo televisão em suas casas, pois saíram na hora prevista: 1 da tarde.
Jorge deixou a chave da casa com um comerciante da região e, ao chegar em São Paulo avisaria a proprietária. Assim pegamos a estrada. Jorge e Luciano, como sempre, se divertiam brincando de “CHIPS’ com seus radinhos de ondas curtas quando, num determinado momento, Russo recebe uma ligação em seu celular de Silvio: “- Jorge, o Silvio acabou de ligar e falou que deixou avisado por um tal de ‘Douglas’ que era pra você ter deixado a chave da casa com a prima da proprietária. ISTO É VERDADE?!?!”. Neste momento Jorge procura demonstrar calma, apesar de começar a ficar vermelho, e responde rápido: “Não russo, o Douglas falou que o Sílvio avisara que era para eu deixar a chave naquela casa ‘ali’, só que ele apontou para a direção onde tinha pelo menos 10 casas, cara!!!. Como eu poderia adivinhar qual era a casa certa meu amigo?!?”. Neste instante, uma voz, que mais parecia um trovão, disse: “10 casas não Jorge!!! Eu apontei para a casa certa, mas naquela hora você só queria escutar a voz do Luciano que vinha do ‘radinho’!!!”.
Você já podem imaginar o final. Graças ao episódio envolvendo uma simples chave e que virou a grande gozação da viagem, Jorge e o Sílvio foram, sem sombra de dúvidas, para o Portal.